A forma tradicional de trabalhar está a mudar. O crescimento do trabalho remoto foi impulsionado pela pandemia de Covid-19 e não mostra sinais de abrandamento. Muitas cidades e regiões, um pouco por todo o mundo, estão a capitalizar no crescimento do trabalho à distância. A Madeira está na vanguarda deste fenómeno.
Por certo já conhece a Ponta do Sol Nomad Village, a primeira aldeia para Nómadas Digitais do mundo. Este projeto foi lançado em fevereiro de 2021 e tem tido uma excelente receção. No entanto, esta não é a única opção para os trabalhadores remotos e nómadas digitais que procuram a Madeira.
Machico situa-se no lado este da Ilha da Madeira. Esta cidade é um lugar improvável para um espaço de cowork, que de um modo geral ficam situados nas cidades mais solarengas ao longo da costa sul madeirense. No entanto os Remote Eastcoasters encontraram aqui o seu nicho, criando a sua própria comunidade, em cooperação com a comunidade local. Estivemos à conversa com a fundadora do projeto, Dina de Freitas, e alguns dos Remote Eastcoasters para saber como surgiu esta ideia, e como esta poderá beneficiar os trabalhadores remotos e a população local.
Por que razão é a Madeira um dos principais destinos do mundo para nómadas digitais e trabalhadores remotos? O clima quente, as vistas deslumbrantes e a velocidade rápida de internet são certamente algumas das razões que explicam este facto. No entanto, uma das razões mais importantes é que os trabalhadores remotos podem beneficiar de um regime fiscal muito vantajoso. Ao tornar-se um Residente Não Habitual (NHR) em Portugal, pode beneficiar de várias isenções fiscais:
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A Madeira pode ser pequena em tamanho, mas é enorme na diversidade de paisagens e climas. No entanto, uma forma comum de "dividir" a Ilha da Madeira é entre o lado sul, mais solarengo, e o lado norte, mais húmido. Assim, a Ponta do Sol - solarenga, acolhedora, e com uma grande praia e orla marítima – foi a candidata perfeita para receber a primeira Digital Nomad Village. Mais de 1000 nómadas digitais já visitaram a Ponta do Sol desde o início deste projeto.
No entanto, existem outras alternativas para trabalhadores remotos e nómadas digitais na Madeira. Desde então, espaços de cowork semelhantes surgiram no Funchal, Porto do Santo e Machico. Falámos com Piótr, Audrey e Sandra, trabalhadores remotos em Machico, que confessaram preferir viver numa cidade maior, onde pudessem mais facilmente integrar-se na comunidade local. Este é um dos fatores que pesaram na decisão deles de escolher Machico em detrimento da Ponta do Sol.
O projeto Remote Eastcoasters teve em Dina de Freitas a sua fundadora. Dina veio para a Madeira antes do início da pandemia Covid-19 e instalou-se em Machico, a cidade natal da sua mãe. Passado algum tempo, Dina começou a perguntar-se: “O que é me faz ficar aqui?”. Ela concluiu que Machico é a única cidade da Madeira (à exceção do Funchal) com tudo o que ela precisa. Nas palavras dela: “Tudo está a menos de um quilómetro de distância - não é preciso um carro. Há praias, farmácias, restaurantes, bares, centros de saúde, e dois supermercados enormes num raio de um quilómetro. Machico tem um grande potencial”.
Após ter descoberto um 'onde' e um 'porquê', Dina precisava de descobrir 'como'. Felizmente, para Dina, juntar pessoas sempre foi uma das suas paixões. Depois de se encontrar e receber conselhos de várias pessoas, incluindo Gonçalo Hall, o homem por detrás da Ponta do Sol Nomad Village, Dina começou a organizar encontros de café e aulas de yoga para trabalhadores remotos. As coisas evoluíram e, rapidamente, Dina encontrou um grupo de trabalhadores remotos dispostos a se instalar em Machico. Ela e os Remote Eascoasters beneficiaram de um espaço de cowork fornecido pelo governo local, ao qual designaram de Amparo. Até à data de redação, este espaço de cowork é inteiramente gratuito, sendo que por lá já passaram dezenas de trabalhadores remotos (inclusive com alguns a regressar, depois de já terem saído!)
"Dar uma oportunidade a Machico" poderia ser um slogan não-oficial para os Remote Eastcoasters. Dina planeia incentivar a interação entre os trabalhadores remotos e a comunidade local e contribuir para a troca de ideias, experiências e conhecimento entre os trabalhadores remotos, trabalhadores locais e a juventude local; talvez através de workshops. Embora em Machico se reconheça um grande potencial, existem algumas áreas em que esta cidade precisa de evoluir, de modo a atrair mais investimento privado. Dina e os trabalhadores remotos apontam para a falta de uma maior variedade de bares, hotéis e restaurantes. Ao promover a interligação entre os trabalhadores remotos e os habitantes locais, Dina espera contribuir para o crescimento de toda a comunidade.
Machico é o município mais a leste da Madeira. Com cerca de 20.000 habitantes, está localizado no ponto de encontro entre o lado sul da ilha (mais solarengo) e o lado norte (mais húmido e montanhoso). A localização única deste município confere-lhe uma impressionante variedade de climas e paisagens: os cenários áridos da Ponta de São Lourenço; o planalto do Santo da Serra com o seu famoso campo de golfe, a deslumbrante baía do centro de Machico, e o Porto da Cruz que é um local de popular para a prática de surf e é também conhecido pela produção de rum. Em suma, Machico tem muito para descobrir.
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